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O que fizemos no nascimento temos que repetir todos os dias,
durante semanas e meses,
visto que, por muito tempo, sempre que acorda,
o bebê espanta-se com o fato de reencontrar o mundo do avesso:
as sensações fortes "dentro" do ventre, do estômago,
e "fora", coisa alguma!
É necessário restabelecer o equilíbrio.
E alimentar o "de fora" como o mesmo cuidado que o "de dentro".
Para ajudar os bebês a atravessar o deserto
dos primeiros meses de vida,
a fim de que eles não sintam mais a angústia de estar isolados,
perdidos,
é preciso falar com suas costas,
é preciso falar com sua pele
que têm tanta sede de fome
quanto o seu ventre.
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Ser levados, embalados, acariciados, pegos, massageados,
constitui para os bebês, alimentoso
tão indispensáveis, senão mais, do que vitaminas,
sais minerais e proteínas.
Se for privada disso tudo
e do cheiro, do calor
e da voz
que ela conhece bem,
mesmo cheia de leite, a criança vai-se deixar morrer
de fome.
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(...)
Nos países que preservaram
o profundo sentido das coisas,
as mulheres ainda se recordam disso tudo.
Aprenderam com suas mães
e ensinarão às filhas
essa arte profunda, simples
e muito antiga
que ajuda a criança a aceitar o mundo
e a sorrir para a vida.
(...)